Parte I – INTRODUÇÃO
(Duração prevista – 1 aula)
1.1 - Apresentação
1.1.1 - Modo de funcionamento da
disciplina
1.1.2 - Critérios de avaliação
1.1.3 - Bibliografia recomendada
1.2 - Introdução ao conteúdo
programático
1.2.1 - A necessidade da selecção
de materiais versus a sua disponibilidade no mercado
1.2.2 - A interacção entre o
projecto e a selecção de materiais para um componente mecânico
1.2.3 - Tipos de projecto
1.2.4 - Procedimentos para a
realização do projecto
1.2.5 - Ferramentas a utilizar e
dados sobre materiais
1.2.6 - Factores a considerar na
selecção de materiais: material, função, forma e tecnologia de
processamento
1.2.7 - Exemplo de aplicação
COMENTÁRIO
A finalidade da introdução é
apresentar sucintamente o programa, indicar os elementos de
estudo e fazer referência ao método de avaliação. Ainda, é
abordada a calendarização referente às aulas teórico-práticas e
realização dos casos estudo. As datas de frequência são
definidas (as datas de exame normal e exame de recurso são
marcadas pela Comissão Pedagógica), assim como a data limite
para entrega dos trabalhos finais.
Estas informações são
complementadas pela descrição do conteúdo programático da
disciplina, tendo o cuidado de justificar a necessidade da sua
inserção no plano de curso da Licenciatura em Engenharia
Mecânica. É referida a sua interacção com as diferentes
disciplinas do plano curricular, em particular com a disciplina
de Projecto. As fases determinantes na execução de um projecto
de Engenharia Mecânica são apresentadas e feito o paralelismo
com a metodologia que é adoptada na leccionação da disciplina de
Selecção de Materiais.
No que se refere ao processo de
selecção, são definidos os factores determinantes a serem
analisados, material, função, forma e tecnologia de
processamento. Para cada um deles são discutidas a sua
importância e dificuldade de análise no processo de selecção.
Neste contexto, é chamada a atenção para o elevado número de
materiais disponíveis no mercado e a necessidade de encontrar
uma metodologia adequada que permita reduzir o seu número
progressivamente até se alcançar a solução óptima. Nesta
metodologia são considerados, sistematicamente, os outros
factores que contribuem para o sucesso do procedimento. Esta
matéria termina com a apresentação de um caso representativo e
demonstrativo de todas as interacções referidas no decorrer da
exposição.
Parte II – ANÁLISE INTEGRADA
DOS MATERIAIS TÉCNICOS E PROPRIEDADES (Duração
prevista – 2 aulas )
2.1. - Materiais
2.1.1 - Metálicos
2.1.1.1 - Ferrosos (ferro, aços,
aços ligados e ferro-fundidos)
2.1.1.2 - Não-ferrosos (metais e
ligas leves, cobre e suas ligas, niquel e cobalto, ligas
refractárias, ligas de baixo ponto de fusão, ligas preciosas)
2.1.2 - Não-metálicos orgânicos
2.1.2.1 - Termoplásticos (de uso
geral, de engenharia)
2.1.2.2 - Termoendurecíveis
(resinas epóxido, poliester, fenólica, silicone)
2.1.2.3 - Elastómeros
2.1.3 - Não metálicos inorgânicos
2.1.3.1 - Cerâmicos (tradicionais,
de engenharia)
2.1.3.2 - Cimentos
2.1.3.3 - Vidros
2.1.4 - Compósitos
2.1.4.1 - Plásticos
(termoendurecíveis, termoplásticos) reforçados com fibras
(vidro, carbono, kevlar)
2.1.4.2 - Outros materiais
compósitos (metálicos reforçados com cerâmicos, metálicos
reforçados com metálicos)
2.1.5 - Outros materiais com
interesse em aplicações de Engenharia (madeiras, fibras,
materiais celulares – cortiça e polímeros expandidos)
2.2 - Denominações dos materiais
2.2.1 - Científica
2.2.2 - Comum
2.2.3 - Comercial
2.2.4 - Exemplos de aplicação
2.3 - Propriedades dos materiais
2.3.1 - Função do tipo de
solicitação
2.3.1.1 - Mecânicas (módulo de
elasticidade longitudinal e transversal, coeficiente de Poisson,
tensão limite elástico, tensão de rotura, dureza, tensão limite
de fadiga, tensão limite de fluência, ductilidade, resiliência,
tenacidade, tenacidade à fractura, coeficientes de atrito e
desgaste)
2.3.1.2 - Térmicas (ponto de
fusão, temperatura de transição vítrea, temperatura máxima de
serviço, condutividade térmica, calor específico, coeficiente de
expansão térmica)
2.3.1.3 - Eléctricas
(resistividade, constante dieléctrica, resistência dieléctrica,
factor de perda)
2.3.1.4 - Físicas (densidade,
velocidade de propagação do som)
2.3.1.5 - Químicas (resistência à
corrosão, resistência à oxidação, resistência ao meio ambiente)
2.3.1.6 - Ópticas (transparência,
cor, índice de refracção)
2.3.1.7 - Uso (preço, tempo de
vida)
2.3.2 - Modo de exprimir o valor
de uma propriedade (quantitativa e qualitativamente)
2.3.3 - Interrelação entre
propriedades
2.3.3.1 - Resistência ao desgaste
como função dos valores de dureza, tenacidade à fractura, limite
de fadiga, resistência à oxidação
2.3.3.2 - Resistência ao impacto
como função dos valores da tenacidade, tenacidade à fractura,
temperatura de transição vítrea, temperatura de transição
dúctil/frágil
2.3.4 - Análise de alguns
conceitos relacionados com as propriedades mecânicas
2.3.4.1 - Resistência mecânica -
de que modo é que pode ser definida a resistência mecânica em
diversas classes de materiais (através da tensão limite
elástico, da tensão limite elástico à compressão, da tensão de
rotura, do módulo à flexão)
2.3.4.2 - Rigidez – o problema do
factor tempo nos materiais com comportamento elástico e
visco-elástico
2.4 - Apresentação sistemática dos
valores das propriedades dos materiais
2.4.1 - Gráficos
2.4.1.1 - Simples
2.4.1.2 - De dupla entrada (E-r;
s-r, E/r-s/r; KIC -r; KIC-E, KIC-s; h-E; l-a; a-E; a-s, s-T,
E-$, s-$)
2.4.2 - Tabelas
COMENTÁRIO
O objectivo destas aulas é rever
de um modo integrado alguns tópicos de Ciência dos Materiais,
relacionando-os com os conhecimentos adquiridos noutras
disciplinas ao longo da licenciatura. Por questões temporais
inerentes à própria estrutura do curso, as matérias são
leccionadas muitas vezes de um modo circunscrito à área da
disciplina. Assim, nas disciplinas afectas à Ciência dos
Materiais é feito um esforço no sentido de interrelacionar a
composição química, a estrutura atómica e a microestrutura com
as propriedades dos materiais. No entanto, é preciso realçar que
nesta fase do curso (primeiros anos da licenciatura) os alunos
não possuem a maturidade necessária que lhes permita relacionar
os conceitos associados às propriedades e sua interrelação com a
escolha de materiais. A noção de dimensionamento é incipiente e
para eles quase incompreensível. Além disso, os materiais são
frequentemente designados pelos seus nomes comerciais, o que
dificulta posteriormente a sua identificação pelos alunos. A
avaliar pela reacção dos alunos, é notório que não há a
preocupação, nessas disciplinas, de realçar o comportamento das
diversas classes de materiais e salientar os casos particulares
que se afastam do comportamento comum. Por exemplo, no simples
dimensionamento mecânico de uma estrutura, não são apresentados
os casos particulares dos materiais poliméricos, que apresentam
um comportamento visco-elástico, cuja principal consequência é a
variação das suas características mecânicas ao longo do tempo
quando a solicitação se mantém aplicada continuamente. Além
disso, também não é abordado o caso específico dos materiais
cerâmicos, em que os valores tabelados se referem essencialmente
a valores correspondentes à resistência à compressão, o que
determina consequentemente a aplicação correcta desses valores.
De notar que neste último caso a reprodutibilidade das
propriedades deve ser evidenciada pelo recurso à estatística de
Weibull.
Assim, pretende-se relacionar os
conhecimentos adquiridos de um modo integrado, alertando os
alunos para os cuidados a ter na análise dos problemas. Com a
apresentação dos valores das propriedades em gráficos de dupla
entrada é pretendido chamar a atenção dos alunos para o facto
de, muitas vezes, não ser só o valor absoluto da propriedade de
um material que pode determinar a sua opção sobre outro, mas sim
a combinação de valores de duas ou mais propriedades. Tal é o
caso, em muitas aplicações, em que é mais importante a
resistência mecânica específica, ou seja a tensão limite
elástico por unidade de massa, do que o valor absoluto desta
propriedade. Ou então, a minimização da energia calorífica
perdida através de um material não depende só da minimização da
condutividade térmica desse material, mas também da sua
capacidade calorífica e densidade. Estes gráficos permitem ainda
realçar que propriedades usualmente associadas ao comportamento
mecânico, como por exemplo a tensão limite elástico ou o módulo
de elasticidade, podem ter gamas de variação, para uma certa
classe de materiais, substancialmente diferentes. É o caso dos
aços em que o valor do módulo de elasticidade varia na gama de
180 a 230 GPa, enquanto que o valor da tensão limite elástico
pode variar de mais de uma ordem de grandeza [200-2500MPa].
Parte III – METODOLOGIA DE
SELECÇÃO DE MATERIAIS
3.1 - Introdução
3.1.1 - Dos índices de eficiência
até às matrizes de decisão
3.1.2 - Etapas a cumprir no
procedimento de selecção de materiais – selecção preliminar e
selecção final
3.1.3 - Relação
especificações-propriedades dos materiais
COMENTÁRIO
Embora a metodologia genérica do
procedimento de selecção de materiais já tenha sido apresentada,
neste ponto pretende-se especificar de que modo é que ela vai
ser levada à prática. É referido que o procedimento consistirá
de duas fases; a primeira com a qual se pretende reduzir o
número total de materiais disponíveis no mercado a um valor
restrito, pertencentes a classes bem definidas; numa segunda
fase, obtém-se a solução ideal trabalhando exclusivamente com
materiais cujas características e propriedades têm valores
perfeitamente definidos, ou seja, com materiais “reais”.
Nesta fase realça-se também a
diferença entre a análise feita ao componente relativamente às
selecções preliminar e final. Assim, na selecção preliminar deve
trabalhar-se exclusivamente com as especificações mais
importantes referentes ao bom desempenho do componente mecânico.
Por exemplo, se o componente em causa é uma peça estrutural de
um avião, a análise deve recair no peso específico e na
resistência mecânica do material. Outras propriedades tais como,
a resistência à corrosão/oxidação, o custo,... devem ser
devidamente contabilizadas na selecção final. Para que os alunos
compreendam esta aproximação, é necessário introduzir o modo de
expressar as especificações e solicitações a que o componente
está submetido através de propriedades ou características de um
material.
Duração prevista – 0,5 aulas
3.2 - Selecção preliminar
3.2.1 - Restrições primárias
3.2.2 - Relação material-função
3.2.2.1 - Índice de eficiência
3.2.2.2 - Função objectivo
3.2.2.3 - Parâmetros que
determinam a função objectivo (funcionais, geométricos,
propriedades dos materiais)
3.2.2.4 - Critérios de maximização
da eficiência
3.2.2.5 - Determinação dos índices
de eficiência para diferentes casos envolvendo dimensionamento
mecânico com minimização da massa do componente
3.2.2.6 - Representação dos
índices de eficiência nos gráficos de dupla entrada
3.2.2.7 - Selecção preliminar de
grupos de materiais através da análise dos gráficos de dupla
entrada
3.2.2.8 - Exercícios de aplicação
COMENTÁRIO
O primeiro passo a efectuar na
selecção de materiais é a redução progressiva do número total de
materiais disponíveis no mercado, através da análise das
restrições primárias, ou seja, condições impostas pelo projecto
que eliminam imediatamente uma maior ou menor quantidade de
materiais. Assim, se é pretendido seleccionar um material para
um tubo de um forno que deve trabalhar até uma temperatura
máxima de 1200ºC, é imediatamente possível estabelecer uma
restrição primária que elimina todos os materiais que não sejam
estáveis termicamente até temperaturas desta ordem de grandeza,
independentemente de poder constituir uma excelente alternativa
relativamente a todas as outras solicitações a que o componente
está submetido.
O passo seguinte na selecção
preliminar é baseado na utilização dos gráficos de dupla entrada
anteriormente apresentados. Nesta fase, é considerada
exclusivamente a relação material-função, ou seja, não é
contemplada qualquer análise referente à forma da sua secção
transversal, nem tão pouco há preocupação em saber qual o
processo de fabrico que irá ser utilizado para a sua produção. O
objectivo é definir uma relação entre as principais propriedades
ou características, definidas como prioritárias para a aplicação
do componente (função objectivo). A partir desta relação é
determinado o denominado “Índice de eficiência”, cuja
maximização permite encontrar os materiais que apresentam o
melhor compromisso entre as propriedades. Quando aplicado nos
gráficos de dupla entrada, é possível através do gráfico
seleccionar o(s) grupo(s) de materiais que apresentam índices de
eficiência mais elevados e, dentro de cada grupo, quais os
valores das propriedades que eles devem possuir. Tendo em
consideração a importância da minimização do peso, em muitos
sectores da indústria metalomecânica, é utilizado este critério
para exemplificar a determinação do índice de eficiência em
situações em que o componente se encontra sujeito à flexão e à
torção, e em que o dimensionamento é feito às tensões e às
deformações. Esta parte da matéria é concluída com a resolução
de alguns casos exemplificativos.
Duração prevista – 1,5 aulas
3.2.3 - Procedimento para a
selecção de materiais considerando a relação entre o material, a
função e a forma do componente
3.2.3.1 - Importância da forma da
secção transversal no dimensionamento do componente mecânico
3.2.3.2 - Factores de forma à
flexão e à torção para o dimensionamento mecânico às deformações
e às tensões
3.2.3.3 - Cálculo do índice de
eficiência de acordo com o factor de forma
3.2.3.4 - Como aplicar o índice de
eficiência, com inclusão do factor de forma, nos gráficos de
propriedades
3.2.3.5 - Exemplos de aplicação
COMENTÁRIO
Esta parte do programa estabelece
o passo seguinte a contemplar no processo de selecção. Refere-se
quase exclusivamente aos casos em que a resistência mecânica,
como um todo, é o objectivo principal de análise. O âmago desta
matéria é leccionada noutras disciplinas da Licenciatura em
Engenharia Mecânica e está relacionada com a influência da forma
da secção transversal de um componente na sua resposta mecânica.
Nestas aulas é pretendido sistematizar esta influência para
diversos casos de flexão e torção, quando está em causa o
dimensionamento quer às tensões quer às deformações.
A aproximação adoptada permite
integrar no processo referido anteriormente, relativo aos
índices de eficiência, um “factor de forma” que é calculado com
base nos conhecimentos já adquiridos de “resistência dos
materiais”. Este índice de eficiência modificado pelo factor de
forma pode, então, ser tratado de um modo similar ao atrás
explicitado. Com este procedimento, é possível integrar num só
índice as relações material-função-forma. Este assunto termina
com a apresentação de casos exemplificativos sobre a utilização
do factor de forma.
Duração prevista – 1 aula
3.2.4 - Procedimento para a
selecção dos processos de fabrico
3.2.4.1 - Comparação do método com
o adoptado para a selecção de materiais
3.2.4.2 - Definição de atributos e
paridades com as propriedades no método de selecção de
materiais: forma, secção, espessura, superfície, complexidade,
dureza, temperatura de fusão, acabamento superficial, tolerância
3.2.4.3 - Principais métodos de
processamento de materiais – primários (fundição, moldação sob
pressão, enformação plástica, pulverometalurgia, métodos
especiais) e secundários (maquinagem, processos de ligação,
acabamento)
3.2.4.4 - Gráficos de dupla
entrada (atributos) explicitando as zonas abrangidas pelos
métodos de processamento
3.2.4.4 - Exemplos e interpretação
destes gráficos – forma versus espessura das peças; complexidade
versus volume total da peça; dureza versus temperatura de fusão
do material da peça; tolerância dimensional versus rugosidade
superficial da peça
3.2.4.5 - Exemplo de aplicação da
selecção de uma técnica de fabrico para um componente mecânico
COMENTÁRIO
No processo de selecção de
materiais é fundamental definir o processo de fabrico do
componente em estudo. Na maioria das vezes o custo é uma das
especificações determinantes na selecção final. Como é sabido,
para a execução de uma peça podem ser propostos diferentes
métodos de fabrico, cuja selecção depende do material que irá
ser produzido. Então, os custos de produção, para o mesmo
componente, podem ser substancialmente diferentes dependendo do
material. Por outro lado, o processo de fabrico pode constituir
um factor eliminatório na selecção de materiais. Para a
fabricação de alguns componentes podem ser necessários processos
de fabrico específicos que não sejam aplicáveis a certos grupos
de materiais, permitindo a sua eliminação liminar no processo de
selecção.
Tendo em consideração o grande
desenvolvimento tecnológico das últimas décadas no que se refere
a processos de fabrico, existe presentemente uma vasta panóplia
destes processos disponível no mercado. Para que os alunos
possam incluir no estudo da selecção de materiais o seu processo
de fabrico, é então necessário adoptar um procedimento que
permita de um modo sistemático proceder à escolha do processo
mais adequado para a fabricação do componente. Esse procedimento
é semelhante ao apresentado para a selecção de materiais. Este
método consiste na representação gráfica de domínios de
utilização das mais variadas técnicas de processamento, em
função dos denominados “atributos”. Os atributos são as
especificações do componente que incluem, dimensões, acabamento
superficial, tolerâncias e o próprio material, ou seja as suas
propriedades (p.ex. dureza, ductilidade, temperatura de
fusão,...). Em função destes atributos são construídos gráficos
que apresentam os domínios de funcionamento dos diferentes
processos de fabrico. O processo de selecção do processo de
fabrico passa pela representação gráfica dos pontos referentes
aos atributos de um determinado componente, e pelo estudo das
intersecções dos domínios que contenham as técnicas comuns a
todos os gráficos. A matéria finaliza com a apresentação de
alguns exemplos de aplicação.
Duração prevista – 1 aula
3.2.5 - Custo de um componente
3.2.5.1 - Custo do material –
disponibilidade no mercado, tempo de vida e manutenção,
segurança, reciclagem
3.2.5.2 - Custo da mão de obra
3.2.5.3 - Custo de fabrico –
disponibilidade de equipamento de produção, quantidade de peças
a fabricar, custo de utilização, taxa de produtividade
3.2.5.3 - Interrelação entre os
custos parciais dos componentes e o modo como podem determinar a
selecção de um método de processamento.
3.2.5.3 - Exemplo de aplicação
para o cálculo do custo de um componente em função do número
total de peças a fabricar.
COMENTÁRIO
A cada vez maior importância do
custo nas decisões tomadas para a aquisição de um produto,
justifica a leccionação de uma aula dedicada à importância deste
factor no processo de selecção de materiais. A sua importância
reflecte-se imediatamente nas fases preliminares de análise,
pois permite rapidamente eliminar um grande conjunto de
materiais, em particular quando o componente em estudo pertence
à classe dos produtos de elevado consumo. Efectivamente, neste
caso, o preço é quase sempre o factor de maior importância para
a peça, sobrepondo-se a todas as outras especificações.
Considerando que muitos materiais têm preços excepcionalmente
elevados, podem ser eliminados sem sequer serem objecto de
análise no procedimento acima descrito. Contudo, o problema do
preço não pode ser tratado exclusivamente no que se refere ao
material. Com efeito, em muitos casos o custo do material é
quase desprezável relativamente ao preço final do componente,
embora o material em si determine o valor final. Por exemplo, o
custo do componente é, como já foi referido, afectado pelo
processo de fabrico. Assim, um material até pode ser mais barato
do que outro, mas os elevados custos do seu processamento pode
levar a preteri-lo em relação ao outro. Problemas como a
manutenção do componente, disponibilidade no mercado, tempo de
vida, segurança, reciclagem, podem modificar significativamente
o preço final do componente em relação ao custo do material.
Duração prevista – 1 aula
3.3 - Selecção final
3.3.1 - Estudo detalhado do
componente e das suas funções – definição dos requisitos e
solicitações
3.3.1.1 - Ponderação da
importância de cada requisito/solicitação no desempenho global
da peça
3.3.1.2 - Imputação de
propriedade(s)/característica(s) de um material a cada requisito
ou solicitação
3.3.1.3 - Classificação ponderada
da importância de cada propriedade/ característica para o
componente em estudo
3.3.1.4 - Exemplo de aplicação
3.3.2 - Ponderação dos valores de
cada propriedade/característica dos materiais em análise
3.3.2.1 - Ponderação qualitativa
(classificação ordenada)
3.3.2.2 - Ponderação quantitativa
(classificação numérica)
3.3.2.3 - Análise de casos
particulares de propriedades/características – tempo de vida,
escalas de dureza, soldabilidade, maquinabilidade,...
3.3.3 - Matriz de decisão
3.3.3.1 - Não ponderada
3.3.3.2 - Ponderada
3.3.3.3 - Exemplo de aplicação
COMENTÁRIO
A metodologia adoptada para a fase
preliminar permite seleccionar os grupos ou sub-grupos de
materiais que melhor cumprem as especificações julgadas como
mais importantes para o componente em estudo. Além disso,
recorrendo aos índices de eficiência, dentro de cada grupo é
também possível ter uma ideia do tipo de materiais, a ele
pertencentes, que apresentam valores optimizados do índice de
eficiência. Por exemplo, se o índice de eficiência é traduzido
pela relação s/r (o objectivo é maximizar esta relação) e os
aços foram seleccionados, como um grupo que apresenta valores
elevados deste índice, considerando que o valor de r não varia
significativamente de aço para aço, uma escolha adequada deverá
incidir num aço de elevada resistência (s muito elevado). Então,
nesta fase final pretende-se que os alunos definam materiais
“reais” disponíveis no mercado, ou seja, que com as informações
já obtidas na selecção preliminar escolham um ou mais materiais
de cada grupo ou sub-grupo que devem ser sujeitos a uma
classificação final.
A selecção final é realizada com
recurso às matrizes de decisão. Este método permite tomar uma
decisão final, na selecção de materiais, baseada em dados
quantitativos. Para tal, é conveniente que a matriz de decisão
seja construída com base em dados ponderados, mais do que
simplesmente classificados. Na matriz de decisão entram dois
tipos de dados, os que traduzem o caso em estudo e os referentes
aos valores das propriedades/características dos materiais.
Os primeiros, resultam da análise
da importância das especificações do componente. Esta, é algo
subjectiva e requer uma grande experiência do executante. Com
efeito, em muitos casos práticos, não é fácil decidir qual das
especificações dum componente é a mais importante para o seu
desempenho final. Além disso, se ordenar as especificações pela
sua importância já se torna difícil, o problema é ainda mais
complicado se é pretendido ponderá-la, ou seja quantificar
quantas vezes é que a especificação X é mais importante que a Y,
ou que a Z. Este facto é realçado nas aulas, embora seja dado
aos alunos uma certa liberdade de actuação, tendo em
consideração que tal experiência só se adquire com o decorrer
dos tempos. É sugerido, no entanto, que os alunos tentem
justificar as opções que tomaram nesta matéria. As
especificações são em seguida traduzidas por
propriedades/características cujos valores são analisados para
os diferentes materiais.
A análise dos valores das
propriedades/características dos materiais em causa é bastante
mais fácil. Os materiais previamente seleccionados devem ser
classificados propriedade a propriedade. Do mesmo modo que
anteriormente, esta classificação pode também ser ponderada ou
não, isto é, do tipo: para a propriedade X, o material A é o
melhor, o B a seguir, etc..., ou então, para esta propriedade o
material A é 2,3 vezes melhor que o B, 1,4 vezes melhor que o C,
etc... A classificação ponderada pode ter algumas dificuldades
de realização, em particular para propriedades que são
traduzidas por valores qualitativos (ex. resistência à corrosão,
soldabilidade, ...), escalas de valores não lineares (ex.
dureza) ou que apresentam diferentes valores em função do método
experimental utilizado para as avaliar (ex. resistência ao
desgaste). Os alunos são alertados para este facto e são
propostas algumas soluções para ultrapassar o problema.
Finalmente, na posse das
classificações determinadas para as especificações e para os
materiais, é construída a matriz de decisão que pode ser
ponderada ou não. No último caso, atribui-se, para cada
material, uma soma de valores resultantes do produto da
importância da especificação/propriedade pela classificação
deste material relativamente a essa propriedade. O material
seleccionado será aquele que apresentar um valor final mais
baixo. Na matriz ponderada, procede-se similarmente, mas neste
caso as importâncias das especificações e os valores relativos
da propriedade para cada material são normalizados a 1. A maior
importância ou o melhor material assumem os valores mais
elevados. Assim, na matriz de decisão será seleccionado o
material que apresentar o maior valor total final.
Duração prevista – 1 aula
Parte IV – CASO-ESTUDO
4.1 - Apresentação e distribuição
dos casos-estudo
4.2 - Realização do trabalho
4.3 - Apresentação e discussão
final
Duração prevista – Tempo
remanescente até à data definida como data-limite de entrega dos
trabalhos
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